sábado, 28 de agosto de 2010

Redação

Trabalho escrito pela aluna: Luiza Nascimento Fernandes; Turma:902
Após várias oficinas da Olimpíada de Língua Portuguesa; Categoria: Crônica

Melo 39

Todos possuem uma visão sobre o lugar onde vivem, porém muitos perdem a oportunidade de sonhar acordados e transformar sua realidade em momentos de puro prazer.

Moro na Rua Antônio Melo, 39. Minha infância foi lá, 0nde corri, caí, brinquei, sorri e cresci.

No lugar onde moro não têm muitos vizinhos, pois boa parte das construções são prédios comerciais, mas nada me faz tão feliz que ver o pôr- do - sol refletindo no prédio espelhado do início da rua. Às vezes, quero sair dali, mas quando começo a pensar no quanto este lugar me faz bem, no quanto o cachorro do vizinho é engraçado, no quanto o cara da esquina é maluco, no quanto o cheiro das flores da mangueira me fazem relembrar a minha infância e o quanto tudo isso me faz feliz.

Revivendo as travessuras da infância não posso esquecer a dona Ivone, uma senhora que já carregava o peso da idade, porém não abria mão dos milagres de uma boa tintura. Pobre senhora, todos os dias tocávamos sua campainha e mesmo assim ela nos dava deliciosas balas de banana.

Ao cair da tarde, a meninada toda se reunia, na Praça do Triângulo, onde bicicletas entravam em uma louca doce competição onde, não havia vitoriosos ou fracassados, éramos apenas crianças.

Agora, na Melo 39 está uma adolescente cheia de vida e sonhos. Parte dos amigos de infância conheceram novas estradas, mas ainda se sente o aroma das flores da mangueira. Utilizo da pracinha, cada vez menor, para passear de mãos dadas. Não toco mais a campainha da dona Ivone, que hoje possui uma velhice sossegada e percebo que muitos prédios espelhados cresceram ao redor.

Mesmo assim, amo aquela rua, e a amo ainda mais porque cada história vivida continua gravada em minhas recordações. Eu amadureci, entendo de política, aprendi muito mais sobre os conteúdos escolares e mesmo que no local do 39 surjam outras construções, ele ficará para sempre em mim.

2 comentários:

  1. Luiza, sei que foi cansativo o ato de fazer e refazer sua obra, porém após concluída percebo que valeu o esforço. Lembre-se, escrever não é um caso de inspiração e sim de transpiração.Parabéns!
    Beijos de sua prof. Wannsse

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  2. Excelente texto. Muito bem escrito. Parabéns para a aluna que o redigiu.

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